Por que é preciso Gerenciar Resíduos Sólidos?

No Brasil, houve uma produção anual de cerca de 82,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) durante o período da pandemia da COVID19, sendo que aproximadamente 33,6% são recicláveis, incluindo metais, vidros e plásticos, enquanto 45,3% são de origem orgânica o que representa pouco mais de 37 milhões toneladas/ano (ABRELPE, 2022). Dessa forma de acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos ABRELPE 2021, o Brasil contabilizou 27,7 milhões de toneladas anuais de resíduos recicláveis.

Infelizmente, apenas 4% desses resíduos são reciclados e diariamente cerca de 75 toneladas de resíduos são descartados de forma inadequada em lixões ou aterros controlados.

Ainda segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos da ABRELPE, os resíduos secos que são passíveis de reciclagem são compostos, principalmente, por plásticos (com 13,8 milhões de toneladas anuais, representando 16,8%), papel e papelão (8,57 milhões de toneladas por ano, correspondendo a 10,4%), vidros (2,7%), metais (2,3%) e embalagens multicamadas (1,4%). Já os rejeitos representam 14,1% do total e são compostos, principalmente, por materiais sanitários que não podem ser reciclados. Em relação às outras frações, a pesquisa indica que os resíduos têxteis, couros e borrachas correspondem a 5,6%, enquanto outros resíduos representam 1,4%.

Além disso, constatou-se que ações de coleta seletiva foram implementadas em mais de 74% dos municípios do Brasil (no período que abrangeu a fase mais crítica da pandemia COVID19). No entanto, ainda permanece incipiente em muitos lugares, o que acarreta em uma sobrecarga do sistema de descarte final de resíduos e na exploração de recursos naturais, muitos dos quais estão próximos da exaustão. A pesquisa revelou ainda que cerca de 1.500 municípios não possuem qualquer tipo de iniciativa de coleta seletiva.

Já em 2012, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) demonstrou que a falta de eficiência estrutural, tecnológica e gerencial resulta em prejuízos anuais de até R$ 8 bilhões, sendo inaceitável que algo que deveria ser descartado cause tamanho desperdício de recursos e custos operacionais.

Por isso, é crucial a criação de um programa de gerenciamento institucional de resíduos sólidos para conter essas perdas e evitar gastos desnecessários.

Além disso, a implementação de práticas sustentáveis de gestão de resíduos sólidos é essencial para reduzir a pegada ambiental e promover a economia circular, que visa maximizar o uso de recursos e minimizar os impactos ambientais.

Nesse sentido, é fundamental que haja um esforço conjunto entre o governo, empresas e a sociedade em geral para fomentar ações que visem à redução, reutilização e reciclagem dos resíduos sólidos. Isso pode ser feito por meio de campanhas de conscientização, incentivos fiscais para empresas que adotam práticas sustentáveis, investimentos em tecnologias de tratamento e destinação adequada dos resíduos, entre outras iniciativas.

Ademais, é preciso promover a inclusão social e a geração de renda por meio da coleta seletiva e da reciclagem de resíduos, principalmente em comunidades carentes que dependem desse tipo de atividade econômica. É uma forma de combater a pobreza e promover a sustentabilidade ao mesmo tempo.

Em resumo, a gestão adequada de resíduos sólidos é um desafio urgente e complexo, que requer ação imediata e coordenada de diversos setores da sociedade. A adoção de práticas sustentáveis pode trazer benefícios econômicos, sociais e ambientais significativos, além de ser essencial para a preservação do meio ambiente e das gerações futuras.

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